A miíase em cães e gatos é conhecida popularmente como bicheira. É uma infestação de larvas de mosca nos animais que vivem pelas ruas (não necessariamente animais abandonados) ou que, por serem idosos ou estarem com doentes, não conseguem cuidar da própria higiene.
A afecção do parasita pode ser nos tecidos (pele) ou nas cavidades do corpo do animal. Várias espécies de moscas podem causar a miíase. Essas moscas podem depositar apenas uma larva (berne) ou depositar vários ovos na lesão, que é quando se configura a miíase, ou bicheira. As afecções são separadas em duas categorias:
Biontófagas: quando as larvas invadem o tecido vivo (o cachorro não precisa estar ferido para que isso aconteça). Nessa categoria, estão as espécies de insetos callitroga americana, dermatobia hominis e oestrus ovis.
Necrobiontófagas: quando as larvas invadem tecidos já machucados por necrose, onde elas irão se alimentar do tecido morto. As moscas deste grupo são: licilia, sarcophaga, phaenicia, calliphora, musca, mucina e fannia.
A mosca varejeira são as moscas mais comuns causadoras das miíases.
É possível observar as larvas na fístula e ao redor delas o tecido necrosado. Se a lesão for na região cutânea, é normal uma ferida aberta e com forte odor. Se a infestação for grande, o animal pode inclusive falecer.
As infecções secundárias das lesões caracterizam-se por um macerado, fístulas e úlceras, onde também são visíveis grandes quantidades de larvas. Os olhos e o cérebro também podem ser afetados. Isso pode acontecer quando a infecção é feita por uma larva migratória que atinge primeiramente os ouvidos ou os olhos.
Normalmente acomete animais que ficam fora de casa, no quintal ou na rua. É possível ver larvas nos ferimentos. O veterinário saberá diagnosticar através de um exame clínico.
O veterinário irá remover as larvas intactas com uma pinça. Normalmente ele irá usar um anestésico para facilitar a remoção. Ele irá separar os ferimentos e o tecido necrosado para serem removidos. Depois irá lavar as feridas com uma solução própria e o proprietário irá continuar o tratamento em casa, lavando as feridas 2 vezes por dia até a completa cura. Pode ser necessário o uso do colar para que o cão não lamba o machucado. Antibióticos injetáveis ou por via oral podem ser receitados pelo veterinário.
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Eventos01/11/2024