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Estresse em calopsita tratado com homeopatia

Voltar 17/10/2019

O ato de arrancar penas é relativamente comum em aves e dependendo da gravidade do problema algumas aves chegam a se mutilar. Trata-se de um distúrbio de comportamento que está entre as principais doenças psicossomáticas destes animais. Para diagnosticar que o problema é de ordem comportamental, deve-se descartar outras possíveis causas como: alergias, doenças virais e doenças parasitárias tais como, verminoses, ácaros, fungos, bactérias, etc .

O problema ocorre com maior frequência em animais que vivem isolados em cativeiro. As aves, devido à mudança de ambiente e encarceramento ficam. Esse comportamento pode levar a lesões irreversíveis nos folículos das penas, criando áreas alopécicas definitivas. Algumas vezes o arranque de penas é confundido com a muda natural, fisiológico que consiste na perda das penas velhas e desgastadas e crescimento de novas penas.

No arranque de penas da muda natural, a ave só vai apresentar falhas nos locais que ela pode alcançar como: dorso, asas, abdômen, tórax. Em locais onde ela não alcança com o bico (cabeça e pescoço) não ocorre a perda de penas. É importante ressaltar que o comportamento anormal resulta de uma causa inicial que desencadeia o processo que pode tornar-se um hábito vicioso que continua mesmo após ter cessado a causa inicial

RELATO DE CASO

Foi atendida na clínica veterinária Doutor Vet, pelo Dr. Cristian Ortiz Duarte e pela Dra. Karine Keysy S. Lemes uma Calopsita, Nymphicus hollandicus, macho, raça Lutino, o animal foi levado a clinica em 26/02/18, porque apresentava emagrecimento, arranque de penas, automutilação, vocalização excessiva e agressividade com as outras aves do recinto e com a tutora.

Anamnese revelou que a ave possuía o histórico de ter sido introduzida em ambiente que já continha outras calopsitas machos e uma fêmea. Pouco tempo após começou a disputa dos machos pela fêmea.

Os machos mais antigos do recinto passaram a agredir o macho recém introduzido que, por apresentar comportamento mais dócil, não revidada as agressões, esta situação de estresse levou a ave às já referidas alterações comportamentais.

O exame clínico revelou várias áreas com falhas de penas, (figuras 1,2 e 3).

Foram realizados exames das penas, com lupa, visando descartar a presença de ácaros e/ou fungos, tendo sido feito também o exame coprológico para descartar endoparasitas.

Todas as pesquisas realizadas nestes exames deram resultado negativo. Outras possíveis causas como: má nutrição, excesso de vitaminas, infecções da pele, intoxicações, irritação por causa de detergentes utilizados na limpeza do ambiente também foram descartadas.

Diagnóstico: Estresse com Automutilação.

Para o tratamento das alterações comportamentais, foi prescrito o complexo homeopático Anizen indicado para o tratamento de estresse, que foi administrado na água de bebida do animal, na dose de uma borrifada, duas vezes ao dia.

Devido as lesões na pele ocasionadas pela automutilação, foi prescrita também o uso de uma pomada cicatrizante homeopática, sendo recomendada a aplicação apenas duas vezes por semana, para que a ave não tivesse a sensação de pomada no corpo, pois as calopsitas costumam arrancar as penas quando se sentem sujas.

Em apenas uma semana de tratamento a ave estava muito melhor. Diminuiu a vocalização e a agressividade, já permanecia na gaiola com outras calopsitas e o arranque de penas também diminuiu (figuras 4, 5 e 6).

Após 23 dias de tratamento a ave recebeu alta, as penas estavam nascendo novamente (figuras 7 e 8), já tinha adquirido 6 gramas de peso corporal e era possível manuseá-la sem que ficasse estressada. Ela foi inserida novamente no viveiro junto com outras aves e no momento está normal chocando dois ovos.

REFERÊNCIAS:

1. ALMEIDA, M.V.; SOUZA, M.G., BASSAN, L.M.; QUIROZ, F. AUTO Mutilação em Aves Silvestres: Revisão de Literatura. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária – ISSN: 1676-7353, Ano VI, n.11, Junho 2008 – Periódico Semestral.

Autores:

• Patrícia Martins de Rezende, Claudio Martins Real, Cristian Ortiz Duarte, Karine Keysy S. Lemes

• Tamara P. Marecos (Médica-Veterinária, Promotora Técnica Real H)

Texto corrigido por: Dr. Claudio Martins Real (Médico-Veterinário

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